quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Eu ia falar sobre o assunto, mas alguém falou por mim!



O amor romântico é como um traje, que, como não é eterno, dura tanto quanto dura; e, em breve, sob a veste do ideal que formámos, que se esfacela, surge o corpo real da pessoa humana, em que o vestimos. O amor romântico, portanto, é um caminho de desilusão. Só o não é quando a desilusão, aceite desde o príncipio, decide variar de ideal constantemente, tecer constantemente, nas oficinas da alma, novos trajes, com que constantemente se renove o aspecto da criatura, por eles vestida.






- Fernando Pessoa -

quarta-feira, 28 de setembro de 2011



terça-feira, 27 de setembro de 2011

Desliga a televisão e vai ler um livro...

Não aguento mais, as poucas vezes em que ligo a TV, ou sou bombardeado por programas de culinária (que por algum motivo ensinam receitas que custam mais caro do que o salário mínimo), ou então aqueles malditos programas de fofoca (que por algum motivo fazem fofoca sobre novelas, e como se falar de novela por si só já não fosse deprimente e escroto o suficiente eles ainda falam das novelas de outra emissora!). Às vezes é uma droga de jornal que mostra notícias cuidadosamente selecionadas para que o telespectador acredite exatamente no que aquelas pessoas querem que ele acredite, depois da dose de jornalismo vem  já supracitada dose de novela, que nada mais é do que um antidepressivo administrado pra que VOCÊ que assiste derreta seu cérebro e pare de pensar racionalmente ou se preocupar com coisas realmente importantes. Minha dica é... Desligue essa porcaria e vá ler um livro. Saber se a Alicinha vai ficar com o Tavinho não é mais importante do que o preço do quilo do feijão! Não seja acéfalo!





- André Walker -

sábado, 24 de setembro de 2011


Through the way...

You can't walk on the streets of this old world looking for acceptance or love
All you need must be from insed of yourself, from the core of your soul
You need be strong for yourself, don't depending on other ones, don't crying
about every forsake. Just be your best partner, walk through life with serenity,
understanding, and with an opened mind. Never close your eyes for the precious,
wonderful and incredable details, never stop to believe in those things that are
beyond of imagination 'cause just those things can guide you to achievement of your
deepest dreams...




- André Walker -

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

"A ocasião faz o roubo, porque o ladrão já nasce feito"


- Machado de Assis -

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

o Sol de cada manhã

Ah, seu eu pudesse, com um toque de mágica, faria com que vivêssemos melhor o hoje
Fugiríamos de alguns "amanhãs" para preservar momentos, que num segundo, são eternos
E mesmo em sua imperfeição são impecáveis, porque é assim que o coração quer que sejam
Se eu pudesse abriria a mente de alguns, não para que escutem o que eu digo, mas para ouvir o que a vida diz a eles... O conhecimento que é ignorado pelo medo de viver o novo
Veríamos um pouco mais além da cortina que acinzenta nossa visão
Se eu pudesse, removeria a todas elas e deixaria o Sol entrar pela janela... Todos os dias...
As manhãs seriam mais alegres, as tardes mais aconchegantes e as noites menos escuras
Se eu pudesse faria com que todos acordassem e abrissem os olhos para ver o Sol de cada manhã




- André Walker -
"Aquilo de que não se prova a existência nem a inexistência; existe e não existe até que se prove o contrário."





- André Walker -

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A selva escura - As feras - O espírito de Virgílio




Quando eu me encontrava na metade do caminho de nossa vida, me vi perdido em uma selva escura, e a minha vida não mais seguia o caminho certo. Ah, como é difícil descrevê-la! Aquela selva era tão selvagem, cruel, amarga, que a sua simples lembrança me traz de volta o medo. Creio que nem mesmo a morte poderia ser tão terrível. Mas, para que eu possa falar do bem que dali resultou, terei antes que falar de outras coisas, que do bem, passam longe.

°A divina comédia°
- Dante Alighieri - (1265 - 1321)

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

domingo, 18 de setembro de 2011

Trens e sorvete...

Hoje eu comprei um sorvete e entrei no metrô, de pé, com uma mão eu segurava o sorvete e com a outra eu segurava a colher, o trem deu partida e eu continuei em pé, mas assim que o sorvete acabou eu perdi o equilíbrio e quase caí...








Ou seja; quando o sorvete acabou eu passei a me concentrar no fato de que eu podia cair, antes disso minhas pernas faziam o trabalho sozinhas, como a ação involuntária de respirar...






Não se concentre na queda.





- André Walker -

sábado, 17 de setembro de 2011



Pronunciamento - 01:02 da mais pura verdade...

É cômico, trágico, mas é verdade...


sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Sobre tocar a lua...

Sou uma pessoa de muitos sonhos, de algumas realizações; não todas, ainda, mas muitos sonhos. Tenho, embora isso pareça loucura para alguns, o dom de ver "magia" em cada coisa nesse mundo, em cada palavra, cada momento, cada sentimento... É engraçado pensar que há onze meses eu estava com aquele crachá da Caixa, olhando pra você - como um sonho distante. Era meio como a Lua, sabe? Às vezes nas noites de verão, você sobe no lugar mais alto que pôde encontrar, estende uma mão e sente que pode tocar a Lua, mesmo que haja entre vocês uma distancia intransponível. Eu sou o menino no alto da casa, com a mãe estendida, e você é a Lua... Agora eu sou o menino que tocou a Lua. E como tudo o que é magico, cada momento, e assim, o todo é inesquecível... A lembrança não reconhece tempo e espaço e cada sorriso do passado, cada perfume, cada imagem está ligada aos dias de hoje... Não vou dizer que te amo, embora eu te ame como amo meus sonhos mais profundos. "Te amo", às vezes não explica tudo, não mostra tudo, assim como quaisquer palavras são falhas e insuficientes pra retratar o inexplicável. Não sinto o tempo passar, não sinto o mundo se mover ao meu redor quando olho seus olhos verde-dourados... Vejo neles, uma dose de mágoa no centro, na parte escura e um mar de sonhos, nos cantos, onde o verde se junta com o dourado e é por essa parte que eu me apaixono todos os dias, e é essa parte que eu amo desde sempre. Juntos nós vamos encontrar os dias de Sol que você acha que perdeu.



- André Walker -

Pressa



A pressa é uma das coisas mais inúteis em que eu posso pensar. E ainda há muitos que pensam, agem e vivem com pressa. Há muitos que confundem eficiência, prontidão ou seja lá o que for, com a pressa. A pressa é aquilo que, quando você abre a janela de manhã,  te impede de perceber se o céu está azul ou nublado. A pressa é aquilo, que quando você sai pra trabalhar, te impede de perceber se está calor (a não ser que você esteja suando em bicas) ou se está frio (a não ser que esteja nevando). Como é difícil imaginar que haja pessoas que passam tanto tempo correndo, que quando param, nem ao menos se lembram por que. O trabalho é o último lugar para onde eu vou correndo. Vejo as pessoas, correndo, quando vão para seus trabalhos - geralmente não gostam de lá ou do que fazem, mas correm, algumas correm sem nem mesmo saber onde querem chegar; algumas até sabem pra onde estão indo, mas de tanto correr, quando chegam, estão cansadas de mais pra aproveitar... Não tenha tanta pressa, não deixe que a vida passe por você como uma borrão



-  André Walker  -

Sobre vocês:

Copiem as perguntas, colem no espaço reservado para comentários e coloquem suas respostas no lugar das minhas.


Nome completo: André Henrique Paiva.

Cidade Natal: São Paulo - SP - Brasil.

Maior sonho: Ser um escritor (viver disso).

Maior sonho realizado: Primeira publicação.

Maior medo: Começar e ter muito medo.

Comida preferida: Filé de frango.

Banda preferida: Helloween.

Livro preferido: A batalha do apocalipse (Eduardo Spohr).

Autor preferido: John Ronald Reuel Tolkien (1892 - 1973).

Filme preferido: Constantine. The lord of Rings. Lovely Bones. Reing over me.

Quem você pensa que é: Um louco, sarcástico, malvado e fã de dinossauros.

Acho esse tipo de coisa extremamente boba, mas deu vontade de fazer! heheh

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Apanhador no campo de centeio



"...acho que havia mais ou menos um milhão de pequenas por ali, sentadas ou em pé, esperando os namorados(...) era meio deprimente, porque a gente ficava pensando no que ia acontecer com todas elas.(...) A maioria ia provavelmente casar com uns bobalhões. Esses sujeitos que vivem dizendo quantos quilômetros fazem com um litro de gasolina. Sujeitos que ficam doentes de raiva, igualzinho umas crianças, se perdem no golfe ou até mesmo um jogo besta como pingue-pongue. Sujeitos que são um bocado perversos. Sujeitos que nunca na vida abriram um livro. Sujeitos chatos pra burro."








O apanhador no campo de centeio - Cap.17 Pag.107

Eco-mércio




Nos últimos anos empresas e instituições de vários tipos vem "adotando" a política da sustentabilidade e da ecologia, mas na grande maioria das vezes, estão, na verdade, pouco se f@#$%do para o meio ambiente. A coisa toda tem virado uma grande estratégia de marketing que, particularmente, me irrita. Primeiro pelo fato de que, se você faz alguma coisa por algo ou alguém, tem que fazê-lo porque quer, porque gosta, ou porque sente vontade e não para parecer o bonzinho e o gostosão para terceiros. Outro ponto importante é que, cara, sinceramente! A Terra vai sobreviver, quem vai desaparecer somos nós... O planeta já passou por todo tipo de desastres, meteoritos, congelamentos, dilúvios, terremotos, tsunamis, Banda Calypso, Livros de Paulo Coelho, enfim... Todo o tipo de tragédia, e hoje se mantém. Ou seja, se temos que "salvar" algo, é apenas, nossas vidas. E devíamos, também, prestar um pouco mais de atenção para ver que muito do que nos contam por aí não passa de mentirinhas bem engendradas para criar tendências, que de alguma forma, dêem lucro a alguém...


- André Walker -

Palavra tem poder, blá blá blá...




Ta... Não que eu seja totalmente contrário a essa ou aquela teoria um pouco mais "sobrenatural", "metafísica" ou a cáca que seja. Certo, hoje eu estava conversando com uma amiga e disse pra ela que não tenho a mínima vontade ou ambição de ser rico e ela disse "puxa, você deve ser maluco, e cuidado a palavra tem poder blá blá blá", sinceramente, para mim o que tem poder é você levantar seu belo traseiro da cadeira e buscar o que quer, seja o que for, dinheiro, paz, escrever um livro, ser um musico ou seja lá mais o que for. As pessoas tem mania de vir com esse "A palavra tem poder", mas só quando se trata de perder... Se eu chego e digo: "Quero ser um astro de Holluwood, quero ganhar um tetralhão de reais em barras de ouro que valem muito mais do que dinheiro" as pessoas vão dizer que sou maluco, mas se eu viro e digo: "Quero tomar 22 tiros no pé", ai vem um e diz "Nossa, cuidado, a palavra tem poder, blá blá blá".

*Vamos ver se a palavra tem poder: "Eu quero que você comente esse post"
to brincando... podem comentar com ou sem poder!

- André Walker -

terça-feira, 13 de setembro de 2011

"É estranho, mas as coisas boas e os dias agradáveis são narrados depressa, e não há muito que ouvir sobre eles, enquanto as coisas desconfortáveis, palpitantes e até mesmo horríveis podem dar uma boa história e levar um bom tempo para contar."



- J.R.R Tolkien -

Delain - April Rain 

Como se sente quando tudo com que está contando se desfaz?
Todo vento pelo qual você passou, uma tempestade.
Todo verão que você presenciou foi preenchido com chuvas de abril
Isso não é fácil, você não entende?

A sorte sorri pra você
Você não está vendo, cavando aquele buraco profundo!
A sorte sorri pra você
Você não está vendo, crie sua própria verdade!

Conte suas bençãos e prepare-se para mudar seu ponto de vista
Todos esses dias que você perdeu esperando não voltarão pra você
Jogue fora todos os vidros que tornaram seu mundo negro e cinza
Isso não é fácil, você não entende?

A sorte sorri pra você
Você não está vendo, cavando aquele buraco profundo!
A sorte sorri pra você
Você não está vendo, crie sua própria verdade!

Continua chovendo... porque nós estamos cegos
Continua chovendo... porque nós estamos cansados
Continua chovendo... porque não enxergamos o caminho da sorte
Continua chovendo... porque nós estamos cegos
Continua chovendo... porque nós estamos cansados

A sorte sorri pra você
Você não está vendo, cavando aquele buraco profundo!
A sorte sorri pra você
Você não está vendo, crie sua própria verdade!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Fanatismo por ...

http://www.youtube.com/watch?v=eKinAXFpXn0&feature=related



Pessoas que falam sobre pessoas!


- André Walker -

domingo, 11 de setembro de 2011

Facebook

Me adicionem no Facebook pessoal, vocês são de casa!


- André Walker -

... Dos desejos mais simples

É engraçado como todos os desejos, mais absolutamente verdadeiros, são lindos, mesmo em sua forma mais simples. Porque a beleza está simplesmente na essência mais primordial das coisas; dos sonhos não poluídos; dos desejos não corroídos pela acidez do medo e da dúvida. É engraçado como a mais pura noção de felicidade, reside na infinita capacidade da mente humana, de criar e realizar sonhos - e que mesmo sendo inesgotável em sua criatividade e beleza, permanece, em muitos, adormecida. Sorria, corra e sinta o vento no rosto, deite-se na grama e sinta o calor do Sol em sua pele. Quando cair, e se cair, tome o ato de levantar como um movimento natural; como de fechar e abrir os olhos. Mexa, sacuda, empurre, acorde seu sonho... Ele é a última coisa em você que deve dormir.



- André Walker -

sábado, 10 de setembro de 2011

O espírito ancestral

Concorri com esse conto num concurso (não venci)







Algum lugar do litoral da Bahia, Brasil
10 de maio de 1500.

Os anciãos da tribo convocaram a todos para se reunir, na clareira, ao por do Sol. Uma atmosfera diferente pairava sobre a aldeia naquele fim de tarde e havia preocupação e urgência nas palavras dos anciãos.
- Como no passado já aconteceu, invasores vêm através do mar, para usurpar nosso lar e dominar nosso povo. – disse um dos anciãos. A tribo, despojada de qualquer temor da guerra, se mantinha firme diante das palavras dos mestres.
- Mas ao contrário de séculos atrás – disse outro dos anciãos – quando os homens de cabelo dourado tentaram invadir nossas terras... Nós não conseguiremos impedir os novos viajantes de invadir e dominar nosso lar. E a sombra da morte paira sobre alguns de nós. – concluiu com os olhos tristes. E a essas palavras a tribo fez silêncio. Era impensável para a tribo que nem mesmo os poderosos guerreiros que havia entre eles fossem capazes de rechaçar as forças inimigas.
- Dessa vez um terror muito maior estenderá seu braço sobre nós. Os inimigos vêm do outro lado do mar, mas não só para tomar nossas terras... Para nos escravizar também. – disse o terceiro dos anciãos.
- Nunca! – gritou um dos índios em meio à multidão – prefiro a morte a ser escravo de um desses invasores do final do mundo.
- A morte e outros terrores aguardam a muitos de nós – disse o primeiro ancião.
As chamas da grande fogueira, acesa no centro do círculo formado por toda a tribo, se contorceram numa figura sinistra; um esqueleto envolto por uma capa de chamas esvoaçando ao vento. O grito gutural do espectro ígneo irrompeu em meio às chamas, o deslocamento do ar apagou a fogueira e, subitamente a tribo estava imersa, na escuridão e no silêncio.  Como nunca antes, cada espírito ali foi tomado pelo medo, o perigo nunca fora sinônimo de medo, mas agora a sensação gélida tomara a espinha de cada presente ali e o azedume enroscou em suas gargantas embargando-lhes a fala. Em meio ao estarrecimento o terceiro ancião, até agora em silêncio, finalmente se pronunciou. A voz fraca do mais velho dos mestres da aldeia era a única a ser ouvida, vinda da penumbra, o único ponto de referência nas sombras.
- Muitos de vocês devem se perguntar – ele fez uma pausa que pareceu adensar a escuridão nos corações de todos – como é que no passado derrotamos tão poderosos inimigos vindos também de além-mar. A resposta não é tão difícil. Está na sabedoria antiga, no conhecimento ancestral de nosso povo. No passado quando o povo de cabelos dourados desembarcou em nossas terras nós evocamos uma antiga magia que deu a nossos guerreiros a força necessária para enfrentar a ameaça e vejo que novamente teremos que fazê-lo – completou o ancião.
Discretamente um jovem índio acendeu novamente a fogueira – iluminando os rostos dos três anciãos – o primeiro deles voltou a falar.
- A força de que falamos é algo extremamente poderoso e devo avisá-los de que, ainda que sejamos nós os únicos que saibamos evocar esse poder, nem mesmo nós podemos controlá-lo completamente. É uma força terrível e além da imaginação; por esse motivo nós lançamos mão dessa arte apenas em casos extremos. Infelizmente o que o destino nos reserva é uma grande escuridão pela qual deveremos passar da melhor forma possível.
- Como eu havia dito – pronunciou-se o segundo ancião – o véu da morte paira sobre nosso povo. E ainda que lutemos, como dizem as visões que buscamos, não conseguiremos, desta vez, evitar a invasão de parte de nossa terra, mas agora o que está em jogo é nossa liberdade. Os homens brancos de além-mar vêm até nossa terra em busca de riquezas que não existem lá e também... Em busca de escravos para servi-los. Nós filhos da terra alimentados pelo espírito do fogo e do vento jamais poderíamos viver cativos. Dessa forma nosso espírito se apagaria e nosso destino seria pior do que a própria morte. Agora lutaremos pela liberdade de nossos espíritos, ainda que no final a morte nos aguarde.
- E o que faremos? – manifestou-se o jovem índio que reacendera a grande fogueira.
- Os dez melhores guerreiros de nosso povo foram escolhidos para participar do ritual e receber o poder concedido pela magia ancestral. Estes se tornarão criaturas diferentes e dotadas de grande poder. Mas seus espíritos se tornarão incontroláveis e sanguinários, seus olhos transmitirão terror ao inimigo e talvez suas mentes nunca mais voltem a sua forma original.
- Esse é o preço a se pagar pela proteção de todos – disse um índio altivo e forte já sabendo ser um dos escolhidos.
Um a um os dez guerreiros caminharam até o centro do círculo de fogo. Os três anciãos começaram a andar em torno da fogueira pronunciando palavras num idioma ancestral e as chamas se adensavam, esticavam, retraiam e mudavam de cor conforme o tom de voz ou a velocidade da fala dos mestres. O vento chiava sinistro, por entre as copas das árvores e, até o chão revolvendo a terra e as folhas secas em incontáveis redemoinhos. Um frio diferente tomou conta dos corações de todos os índios e, embora aquele ritual fosse sua única chance, de manter a liberdade da qual suas essências eram feitas, eles temiam libertar uma força maligna e incontrolável. O próprio céu pareceu mudar de cor, imitar os tons da fogueira. A fumaça mística irradiava partículas sinistras que tornavam o ar pesado e difícil de respirar. Os pulmões dos guerreiros escolhidos doíam e seus olhos ardiam como brasa tirada do âmago da fogueira. O terror nos olhos da tribo aumentava conforme o ritual despertava a terrível força das entranhas da terra. Embora os índios não soubessem a alguns quilômetros dali, os invasores de além-mar observavam o céu sobre a aldeia e a visão alimentava os mais terríveis pesadelos sobre aquela terra desconhecida, durante o sono visões de aterrorizantes bestas e demônios atormentaram seu sono. Na clareira as forças desconhecidas estavam a ponto de irromper através do tecido da realidade e a cada segundo aumentava o assombro de todos ali presentes. Vindas de todas as direções, as vozes surgiram; algumas graves, outras chiadas, algumas agudas, outras rasgadas, mas todas aterradoras, e os redemoinhos de vento aumentaram em tamanho e velocidade até que chegaram perto e envolveram os guerreiros e, nesse momento, suas essências foram alteradas. A alma de cada guerreiro passaria a dividir espaço com um espírito ancestral. Embora todos ouvissem as vozes os dez guerreiros, agora envoltos pelos redemoinhos, ouviam as vozes maléficas num volume ensurdecedor. Eles tentavam tapar os ouvidos, mas era impossível bloquear o som já que as vozes gritavam agora de dentro para fora de suas mentes.  O calor agora era tão forte que cada fibra do corpo parecia ser feita de fogo. Depois de quase um minuto de dor e desespero os guerreiros sentiram a energia se suavizar e o poder correr por suas veias. Suas pelas agora estavam mais escuras e uma espécie de cauda crescera trazendo de volta o lado animal de cada um deles. Agora os guerreiros podiam se mover, com a velocidade do vento, dentro de redemoinhos de vento. Seus olhares não eram mais, apenas, de destemidos guerreiros. Por trás das cores de seus olhos havia algo sombrio e hediondo – Um brilho faiscante de maldade – sede de sangue.
Por três dias houve paz na aldeia e os curumins puderam brincar no rio e pescar com suas lanças de madeira, enquanto os guerreiros testavam seus novos poderes e tentavam, sem sucesso, controlar a força indomável dos espíritos ancestrais. Por vezes eles sentiam que suas almas estavam perdendo totalmente o controle dos corpos para as entidades antigas. Frequentente se viam arrastados pelos redemoinhos de ventos que eles mesmos criavam.
Na tarde do quarto dia após a evocação das entidades os índios puderam ver a chegada dos invasores. Eram muitos e se aproximavam com velocidade. Haviam passado os quatro dias anteriores abrindo caminho pela mata, derrubando as árvores e matando os animais que entravam em seu caminho. A violência, que os invasores já traziam do outro lado do mar, aumentou após as visões que tiveram do céu sobre a aldeia na noite da evocação e os pesadelos que atormentaram suas noites depois disso. No coração da aldeia o solo tremeu em reflexo dos passos das duas centenas de homens que marchavam por entre as árvores. Quando romperam a ultima fileira de árvores os “visitantes” se depararam com a clareira deserta. Tudo o que havia era uma fogueira acesa no centro da clareia. Nem um som se fazia ouvir e o silêncio estrondoso, quase sobrenatural, estarreceu os invasores e os fez brandir suas espadas mesmo, aparentemente, sem inimigo para enfrentar. Eles sentiram os pelos do braço se eriçar e por um minuto pensaram em debandar, mas não tiveram tempo para isso. De todas as direções surgiram redemoinhos de vento que desnortearam os homens brancos e os fizeram desfazer a formação. Um deles sentiu algo agarrar seu pé – o grito ecoou por toda a floresta – o homem foi atirado contra uma rocha e caiu desfalecido sobre a terra fofa. Outro dos homens teve sua armadura estraçalhada por uma rajada de vento e correu desesperado para dentro da floresta, sozinho e desprotegido, a mercê do ataque de qualquer animal naquela terra desconhecida. Um dos viajantes foi agarrado pelo pescoço e o guerreiro indígena, dominado pelo espírito da entidade primitiva olhou para os olhos do homem branco que enlouqueceu com a visão do terror dentro dos olhos da criatura. A gargalhada abissal da criatura penetrou nos recônditos mais profundos da mente do navegador e seu coração disparou em desespero e não resistiu... Seu rosto empalideceu e a vida deixou seu corpo inerte. Muitos dos usurpadores vindos do mar foram eliminados, mas três dos guerreiros-espíritos também foram derrubados e, a despeito do poder sobrenatural da linha de defesa da tribo, a vantagem numérica e de treinamento militar dos invasores era notória. Muitos dos navegantes experimentaram o terror do confronto com os “demônios da floresta” (como eles viriam a chamá-los mais tarde), mas enorme desvantagem os índios tiveram que abrir mão da aldeia e partir para longe. Os guerreiros continuaram lutando, porque sabiam que sua missão era apenas ganhar tempo para que a tribo pudesse escapar da investida dos navegadores. Dois dos guerreiros-espíritos sobreviveram, mas tiveram que tomar um rumo diferente dos demais da tribo. O poder das entidades evocadas era incontrolável, e se voltassem ao convívio da tribo poderiam ferir seus companheiros e causar a desordem e morte na tribo.
Foi impossível evitar a invasão... Nos meses que se seguiram mais naus chegaram à terra dos índios e nos anos seguintes mais e mais homens brancos chegaram. Aqueles que tinham real direito sobre aquela terra não puderam evitar que seus recursos fossem extraídos à exaustão, mas ao menos seus braços e pernas permaneceram livres das correntes e amarras, embora daquele momento em diante nunca mais fossem realmente livres. Alguns homens tentaram convencer-lhes de que deviam procurar “liberdade” olhando para o céu e tentaram vestir-lhes roupas, pesadas e incômodas, mas nunca mais desde aquele dia tentaram usar de força para obrigá-los a aceitar sua vontade. E para sempre entre os portugueses foi contada a história de demônios que se moviam dentro de redemoinhos de vento, cujos olhos transmitiam terror ao inimigo, e que protegiam os índios quando alguém tentava ameaçá-los. Mas eles atravessaram novamente o mar e além de sua própria terra encontraram outro povo diferente, deles e também dos índios, e os levaram até aquela terra para servir a suas vontades.

Fazenda Monte Santo
Minas Gerais, Brasil
31 de dezembro de 1799.

Mais um dia de trabalho exaustivo se passara. Não importava se adulto ou criança – todos eram forçados e explorados até o limite da força humana. Aqueles que tinham um pouco mais de sorte eram selecionados para o trabalho dentro da sede da fazenda (“Casa grande”), diretamente comandados pelo “Senhor de Monte Santo”, como os escravos chamavam, o proprietário da fazenda – Os chamados “negros de dentro” eram os únicos agraciados com comida minimamente decente e aposentos menos severos e consideravelmente mais limpos.
A noite se adensava na fazenda Monte Santo e na senzala os jovens escravos traçavam os últimos detalhes de seu estratagema para conseguir, finalmente, a liberdade. Na casa grande, Tião, o jovem “negro de dentro” esperou pacientemente até que o senhor dormisse. Seu coração batia audível, para ele. O som do músculo cardíaco bombeando sangue através de seu corpo tenso era tão alto que o pequeno escravo chegava a temer que alguém mais além dele próprio o ouvisse. Ele tinha que caminhar no escuro, usando como guia apenas sua pericia e seu conhecimento da casa, já que se acendesse uma vela o cheiro forte da parafina poderia acordar o senhor e destruir o plano traçado ao longo de meses por ele e pelos seus companheiros “de fora”. Medo, sonho, adrenalina, preocupação. As emoções fluíam pelas veias do garoto em forma de sangue quente. Era um ato de indiscutível coragem: além de arriscar todo o conforto que tinha por sua função de acompanhante do senhorzinho, o jovem escravo arriscaria sua própria vida. Por vezes sentiu que seria descoberto e se isso acontecesse teria uma morte horrível, mas ainda assim seguiu em frente pela escuridão até alcançar o aposento do senhor. Ainda no breu o garoto fez força para se lembrar das conversas do senhor de escravos com o feitor Jaime sobre o lugar onde era guardada a chave da senzala.  Uma vez ele ouvira que as chaves estariam numa das gavetas do criado mudo, mas para desespero do pequeno escravo, havia um móvel a cada lado da cama.
Na escuridão do quarto do senhor o garoto só tinha uma chance de encontrar a chave, qualquer ruído àquela altura despertaria o senhor e levaria o garoto à morte. Em meio à penumbra o pequeno Tião escolheu um dos criados-mudos e puxou a gaveta que, para sua sorte, estava destrancada, o senhor resfolegou e se mexeu, fazendo congelar o sangue do jovem. Em mais um espetacular golpe de sorte o garoto encontrou a chave de primeira e assim que cruzou a porta do quarto Tião saiu em disparada rumo à senzala, sob o céu da noite. Logo que viram o pequeno disparar em direção a eles os escravos da senzala se levantaram. A chave girou e o estalido da fechadura ecoou como o som da liberdade. Os escravos correram. Um deles ergueu o pequeno herói sobre os ombros e junto aos outros correu rumo ao limite norte da fazenda Monte Santo onde Kauan, um índio, amigo de Tião esperava com onze cavalos para a fuga dos escravos rumo ao Quilombo “dos jaguares”. Eles montaram os animais e seguiram estrada adentro. A estrada e a fazenda Monte Santo se perdiam na escuridão da noite. O jovem Tião e os outros meninos escravos desapareciam estrada adentro.
Após quase quinze minutos de cavalgada o grupo de jovens escravos já havia cruzado o limite norte da fazenda Monte Santo e a liberdade parecia ainda mais próxima. Mas o desespero toma conta de nossas almas nos momentos mais inesperados. Os jovens sentiram o sopro frio do medo quando eles avistaram alguns metros à frente, uma comitiva com cerca de vinte homens. Entre os homens que vinham de encontro aos fugitivos estava o temido feitor Jaime, famoso por implacáveis formas de tortura contra aqueles considerados transgressores. O feitor foi o primeiro a se virar e notar a presença do grupo de escravos, seu olhar hediondo foi de encontro ao escravo mais velho do grupo, Moisés, aquele que arquitetara o plano de fuga desde o início. Não havia mais como escapar. A comitiva agora cavalgava de encontro a eles. Agora o melhor que poderiam esperar era a morte. Tião agradeceu por seu amigo Kauan não tê-los acompanhado, sua vida seria poupada e estaria livre das terríveis torturas que, todos ali, certamente sofreriam.
Em meia hora todos os negros estavam na presença do senhor. Agora seria ele a decidir o futuro daqueles doze homens.
- Ora, ora, ora... Quem eu vejo aqui! Fugitivos! Por quanto tempo planejaram isso? Semanas... Meses? Me admira você Sebastião! De todos você era o mais privilegiado. Tinha boa cama, boa comida... E trocaria isso por um esconderijo imundo no meio do mato?
– Liberdade sinhô. Luxo num é liberdade. Uma corrente de ouro continua sendo uma corrente. – Respondeu o jovem escravo.
- Então suas línguas são tão hábeis para falar quanto suas pernas para fugir. Jaime... Corte-lhes as pernas esquerdas. E Tião... Acho que as piranhas do lago vão gostar de um pouco de comida.
O medo tomou conta dos corações dos jovens negros. Mas não era o medo pela dor que sentiriam. Não era o medo pelas torturas que lhes seriam aplicadas. Era o medo por serem limitados. Perder uma perna tornaria qualquer tentativa de fuga praticamente impossível. Vendo-se sem saída o líder, Moisés, investiu contra o feitor. Hábil na arte da capoeira ele fez um movimento com a perna e derrubou o feitor. O mesmo aconteceu com mais três dos capangas do senhor de Monte Santo, mas um quarto homem da comitiva apontou sua arma e como um tiro preciso no ombro de Moisés, derrubou-o no chão. O feitor que se levantara da queda e se recuperara do torpor do golpe tirou da cinta um facão, enquanto três outros homens seguravam Moisés pelos ombros. Os olhos do feitor faiscaram de maldade ele tocou a lâmina fria na perna do líder dos jovens escravos o grito de agonia de Moisés ecoou pela noite em Monte Santo e aqueles que ouviram mesmo a léguas de distância despertaram de seus sonos tomados pelo mesmo terror que acometeu Moisés naquele momento. Um a um os escravos sentiram a dor e o toque da lâmina fria, o torpor sufocante da perda de sangue e a sensação cálida e terrível do plasma embebendo seus corpos. Depois da implacável tortura os jovens foram outra vez trancados na mesma senzala na qual passaram a maior parte de suas vidas. Para torturá-los o feitor Jaime pendurou uma cópia da chave da senzala no ponto mais alto do teto de madeira e palha. Os escravos a observavam, mas sua deficiência os impedia, irrevogavelmente, de alcançá-la e ainda que pudessem fazê-lo seria impossível fugir ou correr sem uma das pernas. Por meses os jovens padeceram em seu cárcere. O feitor cuidava para que a dor e sofrimento dos jovens jamais cessassem. Mas, de longe, alguém os observava e pensava numa forma de ajudá-los a sair de seu pesadelo diário. Kauan, o índio que conseguira os cavalos para a fuga e tomara outro rumo pouco antes de os negros serem capturados pela comitiva do senhor de Monte Santo. Kauan buscara nas tradições de seu povo um conhecimento ancestral. A magia quase esquecida, conservada ainda, na mente dos anciãos de seu povo foi transmitida a Kauan. Numa noite em abril de mil e oitocentos o jovem se esgueirou pelas estradas de Monte Santo e alcançou a senzala. Com algumas batidas na porta ele acordou os amigos. Ele explicou o plano e todos concordaram em participar do ritual. Kauan passou por entre as grades uma garrafa de óleo e uma pederneira por entre as grades. Os escravos acenderam o círculo de fogo e o índio preparou o encantamento. Kauan começou a pronunciar palavras no idioma ancestral de seu povo. As chamas multicoloridas cresceram e lufadas de vento chiaram nas copas das árvores. Algo sinistro tomou conta do ar e Kauan se sobressaltou ao sentir a obscura energia mística desencadeada naquele encantamento. Redemoinhos de vento surgiram dentro da senzala e envolveram os escravos. Por pouco mais que um instante eles ouviram terríveis vozes e gargalhadas maléficas dentro de suas mentes. Depois de poucos segundos de tormento um silêncio absoluto preencheu as mentes daqueles onze jovens e o poder correu por suas veias. Dominados pela força dos espíritos ancestrais apenas uma imagem tomou conta de suas mentes – o sorriso hediondo do feitor Jaime – com a velocidade do vento eles saíram, derrubando a pesada porta de madeira, e foram em busca daqueles que os torturara por todos aqueles meses. Embora soubesse que o feitor merecia ser punido por seus crimes Kauan, por um segundo, preocupou ao ver o poder da energia que libertara.
Os onze jovens dominados pela força dos espíritos antigos, transformado em outras criaturas, os jovens saíram dentro de seus redemoinhos de vento destruindo tudo o que estivesse em seus caminhos. Carroças, animais, lavouras, paióis... Nada foi poupado da destruição. O feitor Jaime e mais dez de seus homens estavam num banquete e soltavam altas gargalhadas entre os goles de vinho tinto. De súbito um frio correu pela espinha de Jaime e ele acidentalmente derrubou sua taça derramando o vinha tinto sobre o jornal que forrava a mesa. Muitos de seus homens também sentiram algo gélido correr por seus estômagos. Alguns deles tiraram seus gorros vermelhos e coçaram as cabeças e outros deram profundas tragadas em seus cachimbos para aliviar a tensão.
- Mas porque essas caras de frangos assustados? Por acaso o banquete não lhes parece satisfatório? – zombou Jaime para disfarçar o súbito temor que o assaltara.
Jaime apanhou sua taça e assim que a ergueu o vidro estourou ferindo seus lábios. Com o grito ele se levantou e os outros homens também se afastaram de suas cadeiras. Uma a uma as taças estouraram derramando o líquido vermelho sobre os capangas de Jaime. Um redemoinho destruiu a porta da choupana. Os homens pegaram suas armas e disparam inutilmente contra o redemoinho. Um dos tiros atingiu a garrafa de vinho cuja base caiu no chão, de pé, como uma estalagmite afiada. Mais e mais redemoinhos invadiram o bar da estalagem e os homens atiravam para todos os lados e, com isso, tudo o que conseguiram foi acertar uns aos outros. Quatro dos empregados da fazenda foram atingidos por seus próprios companheiros e o sangue rubro se fundiu ao vinho quando os atingidos caíram ao chão. Outro dos homens tropeçou ao tentar correr e caiu sobre o caco afiado da garrafa desfalecendo em seguida. Depois de quase um minuto de terror e confusão as onze criaturas desaceleraram seus redemoinhos e Jaime pode reconhecer os rostos dos pequenos escravos, embora, agora com rostos transformados pela aura obscura dos espíritos ancestrais.
- Mas que abominação é essa? – exclamou o feitor ao ver Moisés caminhando sobre uma perna só.
- Viemo apresentar uma amiga pra ocê. – respondeu Moisés apanhado um facão que estava sobre a mesa.
O feitor tentou correr para a porta, mas dois redemoinhos o atiraram novamente para dentro. Moisés tomado pelo próprio ódio e pela força incontrolável do espírito, que àquela altura já havia tomado seu corpo e sua consciência quase completamente, ergueu Jaime pelo pescoço e o pressionou contra a parede. Ele tentou pedir por socorro, mas a pressão esmagadora em seu pescoço conteve sua voz. Quase inconsciente o feitor foi desperto pela dor da lâmina rasgando sua carne. O grito de desespero de Jaime nunca chegou a ser ouvido – todos os redemoinhos envolveram o corpo de Jaime – o vento abafou o som de sua voz. A força abissal do vento estraçalhava a carne de Jaime enquanto ele via os últimos traços do mundo na forma de um borrão que se movia freneticamente.  Os restos do corpo destruído de Jaime foram deixados ali, no chão, ao lado dos corpos inertes de seus capangas. A vingança dos jovens escravos veio veloz e destruidora como um forte vento, mas o preço foi alto, nunca mais aqueles espíritos primitivos deixariam seus corpos. Eles apanharam para si os gorros dos feitores de Monte Santo e para sempre vagaram usando aqueles gorros vermelhos em memória de sua vingança. Aquelas criaturas vagaram desde então por fazendas de escravos causando caos e desordem até que a escravidão, a verdadeira abominação, acabasse para sempre. 





- André Walker - 



*Parabéns aos vencedores ^^

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Quanto vale o seu ideal?

Dia desse vi num daqueles patéticos quadros de "humor", da rebe Bobo, um cara (Felipe Neto) que começou a fazer sucesso a partir de seu canal no You Tube ("Não faz sentido), no qual, ele justamente, criticava futilidades,  mediocridades e a cultura manipuladora e alienadora de órgãos como a própria Rede Bobo, e assim que lhes ofereceram os primeiros trocados ele foi correndo para lá, fazer tudo aquilo que dizia odiar. E isso me abriu uma questão: 



Quanto valem os ideais das pessoas? Será que ninguém é realmente honesto e fiel a si mesmo para recusar dinheiro ou seja lá o que for, em detrimento de manter seus ideais ou aquilo em que dizia acreditar? Vejo, por aí, pelo mundo inúmeros casos de pessoas que foram, em dado momento, ativistas políticos ou mesmo artistas que cultivavam uma luta contra determinadas opressões físicas, psíquicas, comportamentais, culturais ou mesmo as mais subliminares e depois se venderam por um preço que consideraram "justo". Muitas pessoas confundem rebeldia com ideal, mas a diferença entre os dois é que ideais não aceitam cachê...



- André Walker - 

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Nada a declarar



Sensacional... Tenho esse vídeo no computador há uns 3 anos, agora compratilha-lo-ei com vocês!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

O cheiro do passado

Às vezes quando estou sozinho em casa, quando ando pela rua, ou estou em algum lugar marcante... Até mesmo quando ouço uma música mais antiga ou como algo que costumava comer em outra época, vem a tona as lembranças e eu literalmente posso sentir o cheiro do passado. Lembranças de tempos bons, de coisas que infelizmente, se foram e jamais voltarão, ou pelo menos jamais voltarão da forma como costumavam ser. E então aquele peso toma meu coração, mas não um pesar doloroso, apenas uma saudade gostosa de quem viu muito nessa vida, e, por vezes, tem vontade de tocar o passado, mesmo que por um segundo, não por medo de enfrentar o futuro nem por simples nostalgia, simplesmente para relembrar um sabor precioso que é singular, e jamais será reproduzido. É estranho, mas embora eu pense que todos os momentos devem ser igualmente bem aproveitados, ás vezes eu sinto como se quase tudo no passado fosse, de alguma forma, mais saboroso do que é hoje... Me lembro com saudade dos dias em que meu avô cozinhava carne com batatas e o cheiro tomava conta da casa toda, do leite com biscoitos de chocolate, de como a casa parecia imensa diante do pequeno André, de como os caminhos pareciam misteriosos e sem fim...



- André Walker -

Sonhos de silicone

Eu estava pensando sobre os tempos da escola e me lembrei de como funcionava a relação "meninos-meninas". havia vários "critérios" de busca, muitos dos quais, eu achava absolutamente ridículos, por exemplo (não me tomem por ativista, até porque acho ridículas essas manifestações exageradas em prol de coisas que já deviam há muito ter sido entendidas): os caras negros eram sumariamente deletados da lista de considerados "gatinhos", como diziam as indoutas, os gordinhos então... Coitados, gordinho não era gente! Havia também uma comoção em torno de caras de caráter duvidoso; bandidinhos em potencial, jogadores de futebol em potencial, ou qualquer um que tivesse algum tipo de visibilidade, ou apenas um tipo físico "apetecível" às meninas. Acontecia, frequentemente, de os caras bonitos e "inteligentes" serem descartados, havia e há, ainda um certa cultura entre as pessoas (estou falando aqui sobre a visão masculina, por motivos óbvios) de que inteligência é algo que torna a pessoa indesejável, muitos são chamados de soberbos ou arrogantes por sua inteligências ou posicionamento diferenciado em relação à certas coisas. Enfim... Esse não foi um post dos mais "edificantes", mas achei apropriado falar sobre a "subversão" de conceitos que as pessoas praticam usando um exemplo de algo pelo qual passei...Enfim, espero que não me tomem por despeitado ou complexado (tenho uma namorada linda, e que tem um cérebro!), apenas absorvam minha linha de pensamento...


- André Walker -







Independência

Infelizmente vivemos num país onde as reais histórias, são ocultadas, maquiadas, transformadas, para que você, eu e todos absorvamos certos "falsos" acontecimentos e continuemos a viver, numa espécie de "Matrix", onde acreditamos realmente que as histórias que nos são contadas são mesmo reais. Não vou nem me ater muito a historinha de Dom Pedro correndo a cavalo e gritando uma serie de baboseiras nacionalistas(como podem ver na imagem abaixo (que jamais aconteceu, é uma história banalmente ilustrativa).


O que quero dizer, em suma, é que não há independência a comemorar... Não há mais o rei de Portugal como mandatário, nem imperadores, ou seja lá o que for, mas continua havendo políticos que à margem da lei continuam ditando os rumos da sua, da minha, das nossas vidas. Há uma serie de subjetividades e subliminaridades que nos cercam e ditam os rumos de nossa existência, nos guiam como cordeiros rumo a concretização da vontade de uns poucos que, com os rostos ocultos, ainda vivem e agem como "reis" controlando sua vida sem que você saiba. Nosso país ainda é dependente... Dependente de uma sistema político falido e ineficaz, dependente da falta de ação das pessoas, dependente e, em grande parte, controlado por uma rede de televisão... Enquanto ainda houver pessoas que pensem que o jogo de futebol do domingo, as incontáveis bundas do carnaval e a pestilenta novela das oito são o centro do mundo as coisas continuarão assim, e a independência continuará sendo uma farsa instituída...



- André Walker -

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Genial...


PS - Aquele que, te rouba, e você esquece...

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

... Sobre seguir em frente


Eu gostaria que você pudesse ler minha mente, assim você poderia ver, acreditar, entender, como cada pequena coisa neste mundo tem um significado diferente pra mim. Como vejo beleza em praticamente tudo. Queria poder compartilhar minhas lembranças com você, de alguns dias que se foram, que foram importantes e mágicos pra mim, e não vão mais voltar. E então você, talvez, entendesse que cada momento, cada lágrima, cada sonho, cada suspiro e cada sorriso tem seu lugar no tempo e negar isso é negar a si mesmo, já que somos seres destinados a mudar, a aprender, a construir. Negar que o passado se foi é recusar-se a construir um futuro, e se não construímos um futuro ficamos sem ter para onde ir, perdidos no ermo, caminhamos pra lugar nenhum. Eu vejo os dias mágicos, de outros tempos, que se foram, como a força, o calor que me move hoje, para viver o amanhã e jamais como espinhos envenenados que ferem meus pés a cada dia de caminhada. O mundo é maravilhoso e a vida tem uma miríade de belos caminhos a serem seguidos, é claro que noites frias e dias cinzentos e longos invernos sempre existirão em nossas vidas, mas dê que serve o inverno, senão para trazer a primavera? Quantos segundos, minutos, horas, dias, meses e anos nós deixamos se perder por medo de abandonar o que se foi? Em outros dias, em outros tempos nós nos lembraremos dos dias de hoje, com saudade, assim como hoje nos lembramos de outros dias que se foram, e de todos os dias, dos que se foram e dos que virão, é feita a vida.

Eu não tento medir o amor, não o cobro, não o espero, não temo perdê-lo, apenas o sinto e sentir com todas as forças da alma já é retribuí-lo. tento não repetir as palavras todos os dias porque a verdade se esconde naquilo que há por trás delas. Não tento explicar o que sinto. Quando olho para aqueles olhos verdes, brilhantes, profundos, sinto uma infinidade de coisas e seria um absurdo, um fracasso tentar explicar, ainda que fosse uma ínfima parte disso, o infinito felizmente não cabe em palavras pra que eu possa defini-lo pra você, e infelizmente não cabe na palma de uma mão pra que eu possa segurá-lo e entregá-lo a você. O maior dos males do homem é tentar nomear o desconhecido, e o amor nada mais é que um desconhecido - É como o Sol que brilha no céu, que nos aquece e nos ilumina ainda que não saibamos por que. Eu tento viver e não me deixar perder em caminhos que eu mesmo construí, tento viver e não me deixar enganar por palavras que eu mesmo citei... As barreiras, as fronteiras, o impossível são apenas uma armadilha, uma ilusão criada pela dureza da vida que pode nos desviar de nossos sonhos se não tivermos mãos firmes para agarrá-los. Eu vejo a vida com outros olhos, continuo em frente a despeito de qualquer medo, do mal que outros possam tentar me fazer, das dúvidas que caem à minha frente, vivo, sinto, penso, sorrio, amo ...Você.


Se eu posso você também pode...




- André Walker -

Para:

Aline Sena de Oliveira Costa.

domingo, 4 de setembro de 2011

... Sobre rosas e espinhos

Alguns sonham, mas nunca tentam trazer os sonhos à luz do dia, na qual, de olhos abertos, podem vivê-los. Todos querem provar o fruto, mas poucos têm a perseverança para plantar a semente e esperar que a árvore cresça. Às vezes o caminho é longo, da realidade, até os mais profundos desejos, mas é na estrada que se aprende - o caminho ensina muito mais do que a própria chegada. É triste ver que alguns se esquecem da beleza da rosa ao tocarem o primeiro espinho e quando a dor passa continuam a se lembrar mais fortemente do vermelho do sangue que escorreu pela ferida do que do vermelho das pétalas e do perfume...



- André Walker -

Regina Spektor - Fidelity




Dispensa comentários!

sábado, 3 de setembro de 2011

Ângulos do amor

As pessoas têm o costume de dizer que o amor é o melhor sentimento possível, mas eu tomo a liberdade de dizer que o amor PODE ser o melhor sentimento do mundo, mas precisa de algumas condições para que, de fato seja, do contrário DÁ MERDA. A primeira condição é que ele precisa ser correspondido. A segunda é que as partes envolvidas precisam ter equilíbrio do contrário o amor pode ser a pior coisa possível; pior do que ligar o chuveiro no inverno e o primeiro jato sair frio, pior do que estar morrendo de fome e derrubar o último prato de comida da geladeira no chão, enfim! A terceira condição é que as duas partes precisam estar no mesmo nível de comprometimento e até de sentimento, em alguns casos o desequilíbrio arruina tudo. Se essas três condições não existirem o amor pode sim SER UMA BOSTA, pode criar paranóias inexplicáveis, crises de raiva, sentimentos de culpa ou de desolação, tudo, tudo na vida questão de dosagem e de equilíbrio. Quase tudo na vida pode ser contrutivo ou destrutivo, curativo ou venenoso, os próprios antídotos para venenos são feitos à base dos próprios, assim como a própria àgua pode causar problemas se consumida em excesso.
Nada é irrevogavelmente benéfico e nada é irrevogavelmente maléfico... Tudo pode ser vertido para um dos dois lados, dependendo da intenção ou da disposição das pessoas para fazê-lo.



- André Walker -

Não sabia que era impossível, foi lá, e fez!

As pessoas se deixam, por muitas vezes, bloquear e limitar por opiniões negativas dos outros. Não falo, aqui, da metafísica da coisa, ou que os olhos gordos misticamente vão bloquear seu caminho, o que digo, sim, é que quando absorvemos as opiniões negativas e mesquinhas dos outros, passamos, nós, a agir de modo a fazer de forma diferente tudo o que havíamos planejado e isso sim faz, certas vezes, com que as coisas não deem certo. Cada crítica destrutiva, cada palavras vazia é um mero obstáculo que deve ser ignorado sumariamente. São raros os momentos em que alguém empreende qualquer esforço para o bem do próximo, para ajudá-lo a evoluir  e alcançar seus objetivos, esses momentos e atitudes, raras, devem ser guardadas e sua lembrança mantida, mas todo o resto eliminado. A falta de consciência do impossível é o que nos leva ao infinito, a falta de conhecimento de limitações... Não deixe que limitações lhe sejam apresentadas.
Esqueça que é impossível, vá lá, e faça!



- André Walker -

O artista



quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Entender...

Ver não é apenas olhar, alguns passam anos olhando, mas morrem sem ver nada... Ver é tocar com as mãos da alma, se esquecer do sólido e compreender as palavras que não são ditas. Entender não é apenas ouvir, ainda que sejam frases inteiras, entender é dar-se ao trabalho de se abstrair de si mesmo e se entregar, por um segundo que seja, as idealizações, sentidos, desejos, medos e anseios de outros, para só então, compreende-los. A compreensão reside no ato de fechar seus próprios olhos e enxergar através da visão daquele a quem se pretende entender. Aprender, é esquecer-se da existência de sua boca e aguçar ao máximo a audição, aprender é sufocar, por um instante, os preconceitos que todos temos. Só entende a importância do solo debaixo dos pés quem já caiu e foi pisado pelos passos sem rumo daqueles que não enxergam além do que seus próprios olhos podem mostrar...




- André Walker -