sábado, 31 de outubro de 2009

Sentado ao pé do fogo...

Sentado ao pé do fogo eu penso em tudo o que já vi, flores do prado e borboletas, verões que já vivi; As teias e as folhas amarelas de outonos de outros dias, com névoa e sol pela manhã, no rosto as auras frias. Sentado ao pé do fogo eu penso no mundo que há de ser com inverno sem primavera que um dia hei de ver. Porque há tanta coisa ainda que nunca vi de frente: em cada bosque, em cada fonte há um verde diferente. Sentado ao pé do fogo eu penso em gente que se desfez, e em gente que vai ver o mundo que não verei de vez. Mas enquanto sentado penso em tanta coisa morta, atento espero pés voltando e vozes à porta.


-J.R.R Tolkien-

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Há algo de errado com o mundo nesses dias, você sabe o que é?


Os últimos dias tem sido estranhos... E como é natural de dias assim, eu resolvi pensar um pouco, sobre a vida em geral, sobre as relações e conexões que os humanos estabelecem entre sí próprios e os outros, para que servem, e o que significam, e acima de tudo quanto valem, se é que o valor de uma ligação afetiva (seja ela de amor ou de amizade) pode ter seu valor calculado ou estimado... Cheguei a conclusão que não, elas não podem ter seu valor calculado, mas ainda assim, elas tem um valor; que é exatamente o valor que damos a elas. A durabilidade ou a força dessas conexões também são determinadas pura e simplesmente pela nossa vontade de mante-las ou não, de cultiva-las ou não. Essas conexões podem ser alimentadas ou envenenadas por vários meios: palavras, atitudes... E o que mais frequentemente envenena essas conexões é a capacidade que nós humanos temos, de complicar ao máximo as coisas mais simples, de ver segredo, maldade, ardiz, onde não há... E também a nossa falta de capacidade de repensar sobre nós mesmos e sobre o mundo e as pessoas que nos cercam, nossa arrogancia em tentar buscar verdades absolutas... Eu, incluo-me nessa reflexão citando um defeito que tenho e ao qual pretendo renunciar; que é a arrogancia, arrogancia de pensar que posso salvar à todos, e concertar algumas situações nas quais eu nem sequer devia pensar, que dirá me meter... A partir de agora me declaro abstênio da minha "sindrome de Clark Kent"... Como dizia minha avó "dane-se o mundo que eu não me chamo Raimundo"... Repensar, repensar nunca é demais... Votos de confiança nunca são demais... A verdade não nos pertence, nem nós a ela... "a incerteza é nosso único sustento"...

domingo, 25 de outubro de 2009

Medos...


Por algum motivo eu frequentemente me inclino a pensar sobre essa palavrinha, para alguns incômoda, para outros assustadora e inspiradora para outros tantos: Medo. Muitas vezes paro pra pensar: "De que eu tenho medo?". E embora a cada pensamento e cada reflexão eu tire um conclusão diferente... Mas elas todas me levam a pensar que as coisas que de certa forma me assustam, não são nada parecidas com as coisas das quais as pessoas geralmente tem medo. Eu não tenho medo da morte por exemplo, ou do conceito de morte que nós humanos temos. Não tenho medo de perder. Não tenho medo de pessoas...

As coisas que eu temo de alguma forma, são coisas mais relativas, se é que se pode chamar assim: Um dos medos que tenho e que realmente me incomoda é o medo de não me fazer entender, de tentar passar uma idéia e não conseguir, isso é uma coisa que me incomoda e me causa uma sensação quase de sufocamento. Outro medo que as pessoas geralmente tem é o de ficar sozinhas, que é outro que também não me atinge; isso talvez seja reflexo de uma infância não muito popular!... O que de algumas formas eu considero que tenha sido até benéfica, ja que hoje como adulto eu não sinto aquela necessidade de estar "no foco", todos tem, ou terão seu momento de influenciar no curso das coisas em grande ou pequena escala, mas eu acho que não busco esse tipo de momento a não ser que seja necessário... A solidão as vezes até chega a ser notada por mim, mas certamente não me mataria. Como eu costumo dizer "não é a solidão que mata, o que mata é não saber o que fazer com ela".

Outro medo que eu observo com certa frequencia nas vidas das pessoas é o medo de não perder as coisas ou pessoas, ou o medo de não conseguir ter, ou chegar onde querem, no meu caso esse medo se manifesta de outras formas (claro que eu também não gosto nem fico feliz em perder coisas que quero ou em não consegui-las, também não sou tão tapado assim!... Ninguém gosta de ouvir um: "perdeeeu playboy"...), no meu caso o que realmente me atinge não é o medo de perder coisas, pessoas ou oportunidades, mas sim o medo de não ter a chance de lutar, e empreender todos os esforços possíveis em busca dessas mesmas coisas. Ser privado do direito de tentar é algo que realmente me assusta, em resumo: o medo de não poder tentar. Tem alguns filmes que me chamam a atenção por falarem justamente de tentar até "os últimos suspiros", um deles se chama "The Notebook" (eu não lembro o nome em português), ele conta a história de um casal cuja esposa tem um problema degenerativo de memória, e não se lembra de nada nem de niguém inclusive do marido, este, escreve um livro contando a história dos dois desde que se conheceram e lê pra ela todos os dias como uma tentaiva de estimular a memória dela e fazer com que ela se lembre dele, o máximo que ele consegue após ler o livro é fazer com que ela tenha um ou outro flash the sanidade que geralmente duravam uns 5 minutos, a leitura do livro durava um dia todo e com isso ele só conseguia ter cinco minutos em que a mulher se lembrava dele e o reconhecia, mas mesmo assim ele lia todos os dias e nunca parava de tentar, e o maior medo dele era que um dia perdesse a vontade de tentar (o que óbviamente não aconteceu). As vezes eu me sinto meio como esse cara do filme... Eu simplesmente acredito sempre que há um jeito... E meu maior receio é que chegue o dia em que eu pare de acreditar (o que eu obviamente acho que não vai acontecer). ^^

sábado, 24 de outubro de 2009

Ainda sobre a trilha sonora da vida...

A Trilha sonora da vida...


Dia desses, andando, como costumo sempre fazer, me peguei quase vendo um filme da minha própria vida passando dentro da minha cabeça e aí pensando um pouco mais, reparei que todas as cenas que vinham à minha mente eram motivadas ou trazidas pela música que vinha dos meus fones, como se a música e a imagem estivessem arraigadas uma à outra; e de fato realmente estão... É muito frequente eu me pegar mudando (mesmo que levemente) de humor por causa da música que estou ouvindo, e mais comum ainda é acontecer de eu "sentir o cheiro do passado" (como eu costumo dizer), uma musica pode literalmente me fazer voltar no tempo e enxergar um determinado momento ou uma determinada época em seus mínimos detalhes: o clima, a temperatura, até o cheiro dos lugares vem à minha mente... A música tem um poder muito forte sobre as meus sentidos, e muitas vezes eu uso isso de forma "medicinal", usando essa qualidade de "máquina" do tempo que a música tem, pra me transportar a uma época boa ou a um momento importante da minha vida. Eu tenho até uns pensamentos meuio doidos: Eu sempre digo pros meus amigos que se eu morrer antes deles eles vão executar um determinado set list no meu enterro!... huahahahahuaha. Se não fizerem isso eu volto pra puxar os pés deles!

Em fim, eu presto bem atenção ao que ouvir e quando ouvir, porque música pra mim é como um alimento, da mesma forma que não como qualquer coisa também não alimento meus ouvidos com qualquer coisa...

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Se sentir em casa...

fuck up the saloom!