segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Andando...


Ontem eu tava andando, e comecei a lembrar de todos os lugares por onde eu ja andei, e de todas as coisas que ja ví. E com isso, comecei a me lembrar que sou bem mais velho do que aparento ser. Que minha memória é anormalmente nítida; o que é ruim e bom, dependendo da ocasião ou da necessidade. Bom, se bem que tudo é bom e ruim dependendo do contexto...
Resolvi parar um pouco de andar e sentei num banco que encontrei, e sabe-se lá por que resolvi ter uma conversa comigo mesmo... bater um papo, saca?
Falei muito pra mim mesmo, sobre todo o tempo que viví, e o que fiz com ele. Sobre as horas bem gastas, a as nem tão bem gastas assim. Sobre o amor a dor e o tempo...
Descobri algumas coisas, e cheguei a certos pontos, os quais prefiro não comentar.
cheguei à conclusão que o que faz a dor aparecer é pensar demais em respostas, a gente tem uma mania de querer ter respostas pra tudo...
Do nada, essa frase do Alberto Caeiro me veio a cabeça:


"pensar incomoda como andar à chuva, quando o vento cresce e parece que chove mais."

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Vórtice da vida


Ha momentos na vida em que você se sente ultrapassado pela velocidade do mundo, se sente o último da fila; na pressa em que a Terra anda. Como se as paredes se fechassem em volta dos ombros, e o mundo crescesse à sua volta, fazendo o céu parecer mais distante ao toque das mãos, ao registro dos olhos... E começa a se sentir, de certa forma invisível. O mundo tem todo o seu tempo, mas você não tem todo o tempo do mundo...
Talvez a maneira saudável de encarar certas coisas, seja não ve-las como uma punição ou um castigo. "A dor é inevitável, o sofrimento é opcional"
Se as imagens continuam sempre as mesmas diante de seus olhos, talvez a chave seja mudar o próprio olhar. As vezes eu corria, caía e ralava o joelho, mas nunca deixei de correr por causa disso.
Talvez eu seja mesmo o último da fila, mas isso pode significar que eu devo simplesmente sair da fila!...
Talvez as paredes estejam mesmo se fechando em volta dos ombros, pode ser que não seja pra me esmagar, mas pra me fazer sair e deixar de ser limitado por elas.
O mundo está crescendo à minha volta, e isso é bom, eu tenho mais espaço pra correr e sentir o vento no rosto.
O céu deve estar mesmo ficando mais distante, deve estar querendo me ensinar a voar mais alto.
Sangue, suor e sonhos! É disso que a vida é feita. Cada momento bom ou ruim, é uma cena do trailer maluco da nossa vida. Os momentos em que seu coração pára e seu sangue gela, quando você comete um erro grave, ou perde tudo.
Ou quando você fica atônito, sem fôlego por ter feito a coisa certa, por aproveitar a chance da sua vida... Mas nada disso acontece se não agirmos.
As coisas devem partir de nós... As perguntas, as respostas, as ações, os esforços...
Eu sou o vórtice da minha própria vida. Se eu não me mover por mim mesmo, meu mundo não gira!...
Eu vou correr por mim mesmo, e fazer meu mundo girar!

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Pela mesma janela...


As vezes eu olho pros dias de hoje e vejo como eles passam mais rápido; como o tempo tem passado mais rápido de uns tempos pra cá. Se você me perguntasse eu não saberia dizer desde quando, mas posso afirmar com toda a certeza que: de fato o tempo parece mais curto, menos proveitoso, menos "senhor das coisas" do que antes.
Eu me lembro quando eu era uma criança (e isso não faz tantos séculos assim), eu tinha a sensação de que eu e as pessoas ao meu redor tinhamos mais tempo pra fazer o que queriamos e precisavamos fazer, e que o tempo era mais proveitoso e gasto mais saborosamente, saca?
Nas tardes de verão os vizinhos se sentavam na frente de suas casas conversando, rindo, até fofocando, como se dispusessem de todo o tempo do mundo. E além do tempo, que parecia ser mais nosso amigo do que hoje; os laços entre as pessoas pareciam ser mais estreitos e as relações mais amigáveis... Hoje, eu saio pelas ruas e não ha uma viva alma que não esteja com fones de ouvido conectados aos seus "bebezinhos" eletrônicos. Eu sinto que aos poucos estamos deixando de ser os ciradores das máquinas para ser seus semelhantes. É inconcebível pra mim, que hoje em dia haja crianças de 6, 7 anos, que prefiram ficar horas a fio com os rostos colados numa tela de tv com um video game ligado, ou num computador ao invés de sair correndo por aí, se sujando e com os pés cheios de terra ou lama.
Quando eu era pequeno, costumava ficar sozinho em casa (por motivos que não vem ao caso neste post), eu achava que minha casa era o maior lugar do mundo, saia explorando cada cômodo, cada fresta, sempre procurando e encontrando alguma coisa que os meus olhos ainda não tivessem visto... Eu vivia a maior parte do tempo sozinho, mas não solitário... O tempo era tão meu amigo... E isso não se deve de maneira nenhuma à falta de preocupações, crianças também tem preocupações, embora elas pareçam invisíveis aos olhos insensíveis dos adultos. As preocupações de uma criança são apenas diferentes, mas existem, e são tão palatáveis quanto as de qualquer senhor por aí. Grande parte do que, e de quem eu sou se deve a minha despreocupação ao mostrar meu lado criança: criança não tem hora pra falar o que pensa, e o que sente, criança não perde a hora porque criança não tem hora marcada, criança tem medo só do que não pode fazer.
Hoje ainda, por idade e por atribuição; mais adulto do que nunca, eu continuo me permitindo algumas coisas, ainda saio andando por aí sempre que posso, sem rumo, sem um "por que" específico, explorando o mundo, ja que minha casa não me parece mais tão imensa como ja foi, ainda procurando em cada rua, em cada lugar, alguma coisa que meus olhos (agora mais maduros, porém não menos curiosos) ainda não tenham visto, ainda acordo de madrugada e vou pro quintal, pra cima da casa, e fico olhando pro céu, pra cara da lua quando ela resolve aparecer, quando faço isso gosto de ficar imaginando quantas pessoas mais estão fazendo isso, se é que estão, e se estão: em que estão pensando... Se existe alguém por aí que vê um pouco do mundo que eu vejo, que alimenta as ideias que eu alimento, se existe mais alguém olhando o mundo pela mesma janela que eu...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Todo sentimento corresponde à uma vontade de viver


Sabe...
Eu nunca falo sem pensar, e tento ao máximo não pensar sem falar.
Nada se constrói em um segundo, mas em um segundo tudo pode acabar sem que nem ao menos se saiba como: uma vida, uma visão, uma história.
Ha tantas coisas na vida que começam não se sabe como, e igualmente sem explicação se vão e se acabam... Me dói, saber que uma imagem se apagou sem que eu à tenha contemplado por tempo suficiente; que uma música tenha se silenciado sem que eu à tenha ouvido por tempo suficiente e com intensidade suficiente sem que eu à tenha entendido...
Das muitas coisas que podem afetar quem quer que seja, a única que de fato me incomoda, que me sufoca é a sensação de não entender... Quando as palavras não fazem sentido.
O vida é tão efêmera, tão rara, e tão curta... As vezes algumas coisas se perdem, quando deveriam se encontrar. A vida é tão mutável, num pequeno giro do mundo tudo pode mudar. Oportunidades muitas vezes se perdem por atitudes não tomadas, palavras não ditas e respostas não dadas. Por não se saber onde se quer estar...
No momento, eu não tenho nada, literalmente nada. Mas o importante não é onde estou, e sim onde eu quero estar. Não me importa parecer um louco, um palhaço, um vagabundo ou um insano aos olhos dos outros. Me importa passar os minutos da minha vida tentando chegar onde quero estar, falar o que quero falar, e fazer o que quero e preciso fazer... Eu vou em frente, com minhas dúvidas, inseguranças e medos, com tudo isso, eu vou em frente. Numa encruzilhada eu escolho uma rua e acelero... Em cima de um muro eu escolho um lado e pulo, não importa a altura, se eu acreditar na força das minhas asas, a queda, o chão, não serão obstaculos. Eu não me permito sofrer por muito tempo, "a vida é curta demais pra chorar e longa o suficiente pra tentar".
Não importa que eu pareça um louco. Se eu quiser e precisar gritar eu faço, se eu quiser e precisar me calar eu faço. É bom que as coisas na vida sejam feitas estimuladas pelo querer e precisar... "Se todo sentimento corresponde à uma vontade de viver, então porque não viver?". Ria, grite, chore, odeie, ame, gargalhe, morra, viva... Fale sua própria verdade. Se for preciso morrer para sobreviver, faça-o
Ninguém atentará se você cair...




"Encontre sua própria voz
Expanda a força interior
Vá encontrar sua própria verdade e deixe (os) outros
Deixe que sua própria luz guie seu caminho pela vida
Encontre seu próprio caminho
Faça seu próprio paraíso
Encontre sua própria voz
A escolha é sua
Encontre sua própria voz
A escolha é sua"

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Serendipiedade



Em dias como estes eu tenho vontade de voar acima das nuvens e ver o mundo de longe... Como quem observa, como quem narra sem participar. Ver os desenrolares das histórias, sem participar delas...
Em dias como estes quando as palavras parecem não valer, eu tenho vontade de me calar, mas calar-me pra ouvir, ouvir pra entender... Como quem ouve uma música criada por notas, sobre as quais não se exerce influência.
Em dias como estes quando as imagens criadas por meus olhos não se aplicam ao mundo, eu tenho vontade de apenas fechar os olhos, permitir que eles descansem...
E acima de tudo; em dias como estes, quando meus sonhos são apenas meus, eu mantenho meus olhos fechados, até que o momento de abri-los surja novamente...
Até que o momento chegue
Eu vôo acima de minha própria voz, para onde as palavras não se fazem necessárias...
Eu me calo, e ouço o som de meu próprio silêncio além das notas que ecoam nos ouvidos do mundo...
Eu caminho para onde as imagens se criam por sí só, e minha mente pode descansar...
Eu sigo em frente errante como meus pensamentos, para onde minhas ideias caminham guiadas pelo desejo de ser natural e claro...
Em dias como estes eu gostaria de ser o "homen na lua", que vê a Terra como um pensamento distante...


-André Walker-






*Serendipiedade = Serendipity (palavra que apenas existente na lingua inglesa) Significa fazer descobertas importantes por acaso.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Intrínseco


Algumas coisas talvez nunca poderão ser entendidas, mas isso não me impede de pensar, divagar ou até mesmo "viajar" sobre elas...
Uma coisa que me agrada fazer quando ando por aí (em geral sozinho), é voltar meu olhar pras pessoas, reparar nelas. Mas não reparar se são gordas, magras, altas, feias, bonitas, bundudas, peitudas enfim. Gosto principalmente de tentar "imaginar" o que elas estão pensando, quem são, para onde vão, de onde vem, e por que. Afinal eu estou de certa forma ligado à elas e elas a mim, ainda que infinitesimalmente, todos nós estamos.
Eu aprendo muito com isso, a cada dia que caminho pela rua eu descubro algo novo sobre a natureza humana; um novo fio da teia...
Uma das minhas certezas é que: A maioria das pessoas não tem consciencia da sua importância para o todo (seja ela pequena ou não). Eu vejo pessoas que exercem grande influência sobre as massas (seja ela econômica ou comportamental) mas que só usam isso em prol de sí próprias e geralmente em ações frívolas e gananciosas. Pessoas que tem muito mais do que necessitam para sí, e ainda assim tem como único pensamento continuar acumulando. Enquanto outros, que tem poder e influência praticamente nulos, se desdobram para fazer a diferença com o pouco que tem, e com ações pequenas transformam as vidas ao seu redor, e a suas póprias. É difícil entender como o seres humanos, sendo todos feitos da mesma matéria e tendo seu ser (seu corpo e sua mente) criado a partir de designos e mecanismos complexos e tão perfeitamente ligados e armoniosos... Enfim... Tendo sido "construidos" ou "concebidos" seja lá o que for, de forma tão bonita e perfeita, munidos de tantas capacidades (algumas delas até além da nossa própria compreensão) possa ser capaz de atitudes pérfidas e em outros momentos tão mágicas...
Embora eu preferisse que as pessoas evidenciassem o seu lado mais mágico em detrimento do lado mais hediondo, eu as vezes acho que é isso que nos torna tão incríveis, essa qualidade de sermos capazes de sonhos tão bonitos e ao mesmo tempo de conceber pesadelos tão terríveis... E mais que isso, transportar muitos desses sonhos e pesadelos para a realidade...



"Melodias de dor, e calmantes canções de ninar
Melodias de alegria e algumas que nos fazem chorar
Uma melodia que compartilhamos
A cruz que todos carregamos -
Uma que segrega
A outra que unifica."




*Isso é um pensamento que eu sempre tive... e enfim... ontem uma mulher que eu adimiro muito tocou no assunto e eu resolvi escrever...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O fim de todas as coisas...


Eu imagino que se as coisas fossem eternas nós talvez não daríamos o devido valor à elas, e mais do que isso, se as coisas fossem eternas coisas novas não teriam a "chance" de começar, e isso tornaria nossa vida limitada, sem descobertas, sem surpresas, e sem comprovações. Eu imagino um dia bonito com hoje, se ele se repetisse, e eu o visse de novo e de novo e de novo, ele não perderia nada de sua beleza mas certamente sua beleza perderia intensidade; mas como nem todos os dias são assim (alguns deles são frios e cinzentos e o céu parece sufocante)quando um belo dia chega eu fico mais feliz em vê-lo e o contemplo mais, com mais paixão e mais atento à todos os seus detalhes...
Penso dessa forma também quanto a vida, imagine só, se vivessemos pra sempre. Por mais que o mundo seja tremendamente vasto e, ainda que tivessemos todo o tempo à nossa disposição não conseguiriamos ver tudo que ha pra se ver. Se a vida fosse eterna não seria o bem mais precioso que possuímos, ela talvez se tornasse algo trivial. A consciência do fim é o que faz com que tenhamos o ímpeto de sempre querer descobrir mais, entender mais e revelar mais. Nós procuramos maneiras de esticar nossas vidas, mas passamos tanto tempo tentando esticá-las, que acabamos nos esquecendo de preenche-las. Enfim, as coisas findáveis são mais mágicas e mais intensas ja que a ideia de que a vida e o tempo chegam ao fim um dia nos faz viver a vida momento por momento, sensação por sensação e não hora à hora ou minuto à minuto. A meu ver as únicas coisas que não se estragam por ser eternas, indeléveis são as memórias. Eu imagino as minhas memórias como se fossem fotos, entende? Fotos são assim como memórias são coisas únicas, elas registram uma cena ou um momento que nunca mais vai se repetir ( e por isso é único e inestimável) exatamente da forma como aconteceu e tanto as fotos como as memórias, se forem bem cuidadas e guardadas podem durar pra sempre (memórias são ainda melhores, porque difícilmente amarelam)... Então eu termino este post com uma frase que não é minha, mas se aplica ao significado do que acabo de escrever.



"Voe, voe para as estrelas
Alcance-as no alto
Traga de volta as respostas da noite
Role com as nuvens
Cante com os pássaros
Porque um dia vamos ter de dizer adeus!"

domingo, 1 de novembro de 2009

Poema inacabado...

Quando tudo realmente muda...
Quando você olha pela janela antes de dormir
Vê a Lua branca no céu
E sente que pode tocá-la
Com o estender de um braço
E quando dorme, sonha
Mas sonha com os "olhos de quem vê"
E quando acorda
Acorda e vê o Sol vermelho vivo no céu
E sente que o seu calor
Pode simplesmente te aquecer sem te queimar
Iluminar seu caminho;
Até onde a visão alcança
Sem que a luz cegue seus olhos...




-André Walker-




Palavras simples... Ideias simples... E... Enfim...

A sensação...


O fim do ano se aproxima... E consequentemente aquelas duas "festinhas" que o mundo inteiro parece adorar (menos eu), e nessa época como ja é corriqueiro, eu começo a sentir aquela sensação estranha, talvez até ruim, todos os anos assim que os dois ultimos meses do ano chegam ela volta: "a sesação", sensação inclusive que é composta por vários sentimentos e ao longo do texto eu ou citar alguns deles.
É claro que eu gosto de receber os tais presentes de de comer toda a comida boa que é feita nessas época e tudo mais (não sou tonto). Mas há algo que é implicito à essa época, é um sentimento que talez só eu tenha ( ou só eu mostre): nessa época eu sinto que todos no mundo estão felizes menos eu, sinto como se todos na Terra estivessem completos menos eu, como se vissem algo que eu não vejo, tivessem algo que eu não tenho, ou sentissem algo que eu não sinto. Eu sei! É estranho... talvez vocês achem que eu sou do contra, que não gosto de ser feliz ou seja lá o que for, mas, o caso é que eu simplesmente não consigo sentir o mesmo que as pessoas sentem (ou fingem sentir) nessa época do ano.
Outra coisa que me incomoda profundamente nessas épocas é a falsidade que se apropria das pessoas, elas simplesmente começam a agir de uma forma ridícula, fingindo reconciliações apenas para quebra-las novamente assim que a meia-noite do dia 31 de dezembro chega...
Nos dias das festas própriamente ditos (de 24-25 e 31 de dezembro) a sensação chega ao seu auge, são dias que eu pularia sem pensar duas vezes...
Bom, eu sempre quis dizer isso... Embora muitos de vocês me achem doido e pensem "NOSSA MAS NATAL É TÃO BOM..." eu simplesmente não consigo sentir isso.
Aliás eu devo dizer, são raras as pessoas que me vêem nesses dias...