terça-feira, 7 de junho de 2011

Quando chega o fim...

Ontem encontrei, na rua, perto do metro Santana, uma menina que estudou comigo na sétima e oitava series; ela conversava com dois moradores de rua - gritava, gesticulava e andava de um lado para o outro - em pouco tempo eu percebi que havia algo de errado e depois de pouco mais de uma hora de conversa eu pude entender o que estava acontecendo. Acabei conversando com a mãe dela pelo celular e ela me esclareceu tudo. A menina, bonita, absurdamente inteligente e de olhos verdes lindos e com desejos, sonhos, perspectivas pela frente; havia enlouquecido. Por algum, ou por vários motivos (disse a mãe dela) a menina perdeu a razão e com ela se foram todos os sonhos e desejos de uma menina de apenas vinte e um anos... O que restou pra ela é escapar de casa quando pode e vagar pelas ruas frias, sozinha, alhei até a si mesma, gritando, correndo sem rumo... Às vezes é bom passar por determinadas experiências, como essa... Se ver frente a frente com o que há de mais triste nesse mundo. Quando eu olhei pra dentro daqueles olhos verdes e não ví luz, inspiração, desejos, nem mesmo raiva, alguma coisa mudou dentro da minha própria mente... Tudo o que eu ví nos olhos dela foi medo... Como se estivesse perdida e trancada dentro de si mesma, sem esperança de retorno...
Voltando pra casa, pensei: "Ainda existem pessoas (por maiores que sejam seus problemas) se acham no direito de reclamar da vida que têm".
Talvez fosse bom pra eles olhar nos olhos de alguém que perdeu, realmente tudo, ou o mais importante... A si mesmo...



- André Walker -


* Isso, infelizmente aconteceu (de verdade) na noite de ontem.

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