quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Os últimos meses tem sido difíceis, talvez mais do que eu poderia imaginar um dia.
É estranho como sua própria casa pode se tornar um ambiente hostil da noite para o dia, num piscar de olhos, foi como se eu tivesse um dia dormido no meu lar e na manhã seguinte acordado num lugar desconhecido e muito longe de ser bom.
Quando eu era criança tudo por aqui parecia maior, mais limpo, mais meu. Eu andava pela casa e sentia aquele ar de magia que talvez seja peculiar as crianças sentir, mas por estranho que pareça eu ainda me lembro daquilo mesmo com tudo diferente.
Pouco a pouco cada tijolo mágico da minha fortaleza, do meu castelo particular foi sendo tirado sem que eu percebesse até que eu acordei num dia e percebi que só a lembrança restava, o solo, onde as paredes antes se erguiam até tocar o céu dos meus desejos, estava vazio. Num vôo desesperado do tempo tudo tinha-se ido...
Depois de olhar com cuidado e atenção com toda a calma que o tempo que não tenho me permitiu eu olhei para o solo vazio, vi que meus tijolos não poderiam mais ser assentados lá, que a fortaleza, o castelo pode, sim, ser erguido novamente, mas não no mesmo lugar. O tempo é de ir embora, deixar todo o peso que o os ombros não podem carregar. Ir embora com as mãos livres e limpas, andar pelo mundo, andar, correr, dormir... Dormir com os olhos fechados e o mente aberta...



- André Walker -

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