domingo, 21 de março de 2010

Andar descalço sem que meus pés, ao caminhar, se firam
Sobre a grama verde ou o árido solo
A benção e o revés. O Sol após o pálido luar...
O inatingível ao alcance das mãos
E da visão de meus velhos olhos.
A calma de outros dias
O vento nas faces nuas
A luz da chama nas noites frias
Que eu recordo sem reviver
... O calor e sorrisos nos rostos. Outros dias, em outro tempo.
Onde a distância não se media.
Quando a alegria era o simples "não saber"
E os frutos tinham outros gostos
A fala, os risos, eram eles a melodia
E o silêncio era a única prece
Quando amores não tinham nomes e Deuses não tinham rostos.


- André Walker -



Eu tava lembrando de umas coisas de criança... Aí saiu isso...

sábado, 13 de março de 2010

World in my eyes

Depeche Mode - World in my Eyes




Let me take you on a trip
Around the world and back
And you won't have to move
You just sit still

Now let your mind do the walking
And let my body do the talking
Let me show you the world in my eyes

I'll take you to the highest mountain
To the depths of the deepest sea
And we won't need a map
Believe me

Now let my body do the moving
And let my hands do the soothing
Let me show you the world in my eyes

That's all there is
Nothing more than you can feel now
That's all there is

Let me put you on a ship
On a long, long trip
Your lips close to my lips

All the islands in the ocean
All the heaven's in motion
Let me show you the world in my eyes

That's all there is
Nothing more than you can touch now
That's all there is

Let me show you the world in my eyes

sábado, 6 de março de 2010

Agora me reconheço denovo; calmo, louco, divertido?!, insano, pensativo, criativo?!, Poeta?! Enfim... De algumas coisas eu tenho certeza, de outras eu apenas tenho uma vaga ideia, algumas são apenas pensamentos e estão fora do mundo das coisas que se pode tocar com as mãos, estão apenas dentro de minha cabeça, podendo um dia sair ou não. Estão em minha mente e apenas lá, mas isso não significa que elas não sejam reais. Meu instinto explorador, mochileiro está devolta, meu descontentamento com o "um pouco" com as metades, este, também voltou... Não quero metade de nada, não quero "um pouco" de nada. Quero tudo ou nada!... "Sem pensar em uma nova sensação, nem em cérebro, ou medo ou paciência."
Agora estou inteiro outra vez, juntei as duas metades de mim mesmo e me fiz num todo, sem procuarar peças "lá fora" que completassem o quebra-cabeça do meu ser. Sem curas externas; eu sou meu próprio veneno e minha própria cura. Minha própria dor e meu próprio analgésico.
Mas uma vez (como a algum tempo não acontecia), eu posso sentir a "chama" em minhas mãos. "O poder está desencadeado no espírito do meu sonho"... Agora me sinto outra vez a vontade pra andar por esse mundo de insuficiências suficientes.
Vou fazer minha viagem... Vou levar um tempo indeterminado para determinar para onde levo meu tempo!... "E a estrada torna-se minha noiva. Então nela eu confidencio. Ela me matém satisfeito, da-me tudo o que eu quero"...
Eu faço o possível para imaginar o impossível, me firo e me curo, me esqueço e me procuro... Apenas pra me achar mais uma vez!...


Eu tenho a estrada sob os pés e o mundo nas mãos!... E eu me vou!...
(...)
Não acredito em Deus porque nunca o vi.
Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
Sem dúvida que viria falar comigo
E entraria pela minha porta dentro
Dizendo-me, aqui estou!

(...)

Mas se Deus é as flores e as árvores
E os montes e o sol e o luar,
Então acredito nele,
Então acredito nele a toda hora,
E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.

Mas se Deus é as árvores e as flores
E os montes e o luar e o sol
Para que lhe chamo eu Deus?
Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
Porque, se ele se fez, para eu o ver,
Sol e luar e flores e árvores e montes,
Se ele me aparece como sendo árvores e montes
E luar e sol e flores,
É que ele quer que eu o conheça
Como árvores e montes e flores e luar e sol.

E por isso eu obedeço-lhe,
(Que mais sei eu de Deus que Deus de si-próprio?),
Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
Como quem abre os olhos e vê,
E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
E amo-o sem pensar nele,
E penso-o vendo e ouvindo,
E ando com ele a toda hora.


- Alberto Caeiro -






Sicut erat in principio
et nunc et semper et insaecula
saeculorum
Nec plus ultra...

quarta-feira, 3 de março de 2010

"Tempos de loucuras tomam conta da minha mente
Um poeta lunar tentando achar
Uma concepção do que é toda a vida
Os segundos passam por mim e eu recebo os minutos
E as horas os substituem
E os anos irão extinguir os dias e os meses...
Nós somos únicos, somos estranhos na noite
Buscando nosso caminho para a luz
Como um eco de fantasias invisíveis
Que você nunca poderá agarrar"(...)



- Timo Tolkki -

segunda-feira, 1 de março de 2010

Voltei a quase uma hora de uma das minhas "andadas" pela rua.
Hoje eu percebi que, denovo, estou cansado. Cansado de ver como as pessoas conduzem suas vidas à um abismo de futilidade e conformidade forçada. Cansado de ouvir delas que eu devo fazer o mesmo. Cansado de tentar fazer o contrário e falhar. "As pessoas nunca se perguntam como o mundo gira, aqueles que se importam falham. É disso que estou falando". A regra é ser cego... A regra a não se importar (ou fingir que não).
Eu estava pensando, e cheguei a conclusão de que os que não se importam são os "premiados" no fim das contas, decepcionante...
As vezes me sinto em luta com um monstro invisível e disforme, imaterial...
Eu tenho algumas dúvidas, sobre a vida, o amor, o sucesso o tempo. Mas o que mais me preocupa não são as dúvidas, são as certezas, certezas que nem sei mesmo se são certezas, ou só preocupações fundadas ou infundadas. Uma das minhas certezas (que a muito tempo deixou de ser um medo mas ainda não deixou de ser uma preocupação) é a solidão eterna... Mas não o "não ter ninguém à volta". É mais uma coisa de ter muitas pessoas a volta, e ainda assim sentir como se não houvesse. É o não ser compreendido no âmago de suas ideias e pensamentos. Como se o extremo da minha sanidade parecesse uma mera loucura aos olhos dos outros. Isso é estranho, quando suas certezas não passam de meros devaneios no mundo onde você cresceu e foi criado. Sobre esse negócio de amor então... Eu nem falo, embora ele esteja incluso nas solidões e "não entenderes", tudo o que eu teria a dizer sobre isso ja está implícito no todo da mensagem. As vezes esses sentimentos são sufocantes. É como não poder se expandir, ou apenas poder se expandir de fora para dentro... Criando mundos internos ao qual apenas você tem acesso, embora queira muito mostra-lo a outras, ou outra pessoa. É como a frustração do "não poder voar". Mas não como um elefante que pesa duas toneladas e não tem asas, mas sim como uma águia, que tem asas com o dobro do diâmetro do seu corpo e inexplicavelmente não alça um vôo...